E ondas de saudade, que me ferem
Solto a voz na garganta, com meu jeito
E navego na liberdade, que me derem
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Passeio ali à beira, nessa margem
Na praia do meu sonho, onde me perco
E faço a grande feira, à minha imagem
E um muro risonho, com que me cerco
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Meu sono permanece, em mar bravio
Nessa onda gigante, onde me deito
Minha alma enlouquece, em desvario
Num Oceano distante e imperfeito
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E a gigante verdade, se desvia
Da rota do segredo, que há em nós
No mar da saudade, maré vazia
E na onda do medo, descanso a voz.
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Maria de Lurdes Brás
2 comentários:
Há pessoas que acham beleza na paisagem. Outros vêem a beleza das mulheres. Eu encontro a beleza na poesia.
Lindas imagens criadas em cada estrofe que no fundo são um retrato do seu sentir. Gostei como aliás gosta da sua Poesia. Parabéns Amiga.
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