quarta-feira, 12 de agosto de 2015

LUME APAGADO

Anda a esperança, de mim perdida
Ou a ilusão se traduz assim
Nesta vida, a saudade é sem medida
E a solidão não conhece o fim


Nos meus olhos só existe o sofrimento
D' um lume que queimou o meu olhar
As brasas queimaram o sentimento
Deixando cinza quente em seu lugar


Alguém tentou esconder esta verdade
E enxugar as lágrimas que chorei
Não quero de ninguém a caridade
Nem o sorriso da boca que beijei


Sobrevivo à loucura onde me afundo
Olho um céu de estrelas imaginado
Labaredas deixam rasto neste mundo
Cinza quente d' um lume apagado.


Maria de Lurdes Brás