sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

GUARDO

Guardo a triste solidão
Com amargurada ' sperança
É destino ou ilusão
Dos meus sonhos de criança


Guardo a ternura nos olhos
D' um sentimento perfeito
Tenho amor guardado aos molhos
No coração e no peito


Guardo bem o meu cansaço
Beijo o sol com alegria
Dou à lua o meu abraço
E aqueço a noite fria


E guardo dentro de mim
A tristeza e a saudade
Madrugadas sem ter fim
Da solidão que me invade


Guardo o futuro da vida
Os mistérios do passado
A fantasia é vencida
Nas loucuras do meu fado.


Maria de Lurdes Brás

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

ONDAS DE SAUDADE

Eu nasci no Alentejo
Entre o Rio Mira e o Sado
Nas ondas do meu desejo
Embalo este meu fado

Cabelos feitos de trigo
Searas ao Sul do Tejo
Saudades trago comigo
Eu nasci no Alentejo

A sombra, o silêncio, o sol
Verdes campos, pasta o gado
Canta o velho rouxinol
Entre o Rio Mira e o Sado

E vou sorrindo ao sol-posto
Nas areias limpas festejo
Deixo o vento tocar meu rosto
Nas ondas do meu desejo

Searas verdes e mar azul
Orgulho, não demasiado
Na beleza da Margem Sul
Embalo este meu fado.


Maria de Lurdes Brás