Acordei, fui à janela
Vi chover o desencanto
Senti a dor do meu pranto
E o vento a chamar por ela
Gemeram os meus sentidos
Naveguei no mar da "sperança
Vejo os sonhos de criança
Que nunca foram vividos
Desta vida que vivi
Da chama que me consome
Mil vezes chamo o teu nome
Dói-me a saudade de ti
Vem murmurar-me aos ouvidos
Com a voz da solidão
Bate forte o coração
Ao ouvir os teus gemidos
Fica meu peito cansado
A cabeça a latejar
Da mágoa que me vem dar
A saudade do passado
Embarco em sonho contigo
Mergulho no mais profundo
No espaço onde me afundo
És o meu porto de abrigo.
Maria de Lurdes Brás
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